quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Diário de Bordo de Minha Histerectomia - Parte IV

Gente, eu estou tão feliz hoje... Tirei os pontos. E,  pra minha surpresa, tudo na mais perfeita ordem. Sem sangramentos. O corte quase todo já com aquela pelinha transparente e novinha que forma com a cicatrização. Eu quase chorei... com a quantidade de fios que tinham dentro de mim para me costurarem. Que isso? Devia ter uns trezentos quilômetros........................... Tá! Eu exagerei. Não eram quilômetros... eram metros. (rs)
E nem tenta me contrariar! Quem viu fui eu, quem sofreu fui eu... e eu tenho o direito de achar que tinha o tamanho que eu quiser!


Mas vamos voltar ao que interessa: minha "viagem" narrada nesse diário de bordo nada tradicional. Eu não vou me estender muito mais... Chega! Está ficando cansativo. Então, termino hoje. Até porque, agora não tem muita coisa mais pra ser dita mesmo. 
Por que? Porque está sendo mesmo um tédio esse resguardo. Não fosse Machado (o de Assis!) e o jovem Raphael (Draccon!), eu não sei o que teria sido esses últimos 14 dias... Gente, foi assim que aconteceu: eu levantava da cama só pra ir no banheiro... Eu mal começava a me mexer e vinham os três (marido e duas filhas), pra cima de mim: "-O que você quer? Tá sentindo alguma coisa?"
Eu sei que é fofo... pra quem está de fora! Quem está vivendo a situação, não pensa assim. É um pouco... sei lá! Não é que eu não tenha gostado; eu não sou nenhuma ingrata. Eu gosto! Mesmo. Só que quando você tem que ficar assim, nessa situação, é ruim..........................
É isso. Pronto, falei!
Bom, pula essa parte. Mas, resumindo, minhas duas semanas pós operatória foram assim. A única coisa que teve de "óhhh", foi o tal sangramento no corte da cirurgia, que eu já contei como foi!
Então, tirando isso, o que eu posso falar? Que doeu. Doeu. E doeu também. 
Como eu também já disse, eu estava mesmo achando que no 2º ou 3º dia, eu já estaria pronta pra  levantar da cama sem dificuldades, andar pela casa ereta... coisas simples assim. Mas nem nos meus melhores sonhos. Hoje, que eu tirei os pontos (e o curativo), ainda não consigo andar ereta, não consigo levantar da cama sem ajuda de um apoio, imagina há duas semanas... 
Mas agora, é só esperar. Esperar a dor passar. E começar a viver! Sem miomas. Sem sangramentos. Sem hemorragias. Sem sustos. Sem constrangimentos. Só alegria. Ah, sim. E esperar o resultado da biópsia.
Então, até la!






segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Diário de Bordo de Minha Histerectomia - Parte III

Gente, muito sinistro. Tipo, na última vez que eu parei pra escrever, eu estava mega bem. Isso foi há dois dias... sábado à noite, por volta de 8h, mais ou menos. Quando deu meia-noite, meu marido chegou em casa e veio fazer assepsia no corte da cirurgia... e a surpresa! Estava sangrando. Eu até tinha sentindo umas "pinicadas" a mais e diferentes das que eu já estava habituada até então, mas nem pensei que pudesse estar sangrando. 9 dias depois da cirurgia e a cicatriz estava tão sequinha... nunca me passou pela cabeça que sangraria naquele momento. E olha que eu estou realmente guardando resguardo. Nunca fui tão obediente. Nunca! Eu liguei pro médico no domingo de manhã e ele nos tranquilizou dizendo que estava dentro da normalidade. Me acalmei. Trocamos o curativo, limpamos a área conforme as orientações médicas e eu passei o domingo tranquila, fazendo ainda mais repouso do que no restante da semana, quando cheguei em casa. Sequinha a cicatriz. Que bom! Até hoje de manhã!
No sábado não chegava a ser sangue. Era aquela aguinha que escorre de pequenos machucados. Mas a de hoje não. Hoje de manhã era sangue... daquele tipo grossinho, com cheiro ruim de ferrugem... e melado...
E a pior parte - posso falar aqui porque sei que ninguém vai falar nada... afinal, essa é viagem solitária - está doendo! Doendo, não muito, mas diferente do primeiro dia, dos primeiros instantes... Diferente a ponto de dar medo! Diferente a ponto de pensamentos ruins começarem a povoar uma área perigosa na cabeça...

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Mas vamos pular essa parte! Vamos continuar falando da cirurgia. Afinal, isso é um "diário de bordo de minha histerectomia". Minha saga de sofrimento causado por um mioma até a extirpação de um órgão tão importante e precioso para a maioria das mulheres.
Entendam: eu já estava preparada para esta cirurgia a minha vida inteira. Desde os quinze anos, pra ser mais precisa. Uma palestra, de um médico famoso da região onde eu então estava morando (interior de São Paulo), sobre sexualidade, DSTs, controle de natalidade, e blablablá... Ele dizia que o útero só serve pra 3 coisas: eliminar sangue (menstruar), gerar filhos e ficar doente com câncer, miomas e afins... E que ele sempre recomendava às suas pacientes a extirpação do mesmo, em vez de uma simples laqueadura... 
Pra quem tinha verdadeira raiva de menstruação, eu sempre concordei com os argumentos do médico. E, como eu disse, estava preparada a minha vida inteira para a tal. Só nunca imaginei que a faria por obrigação, por conta de um mioma tão pequeno, mas com um poder destrutivo tão grande...
Aí, a banda toca outro enredo...!
A vida muda seus clamores...!
E ganha outros valores!
Suas certezas começam a dar lugar a um monte de pensamentos que você nem sonhava que passariam pela sua cabeça algum dia, menos que fariam (r)evoluções por lá.
Fica tudo uma bagunça.
Você não vê problema, porque sabe o que quer! Já teve filhos. Não quer mais. Odeia com todas as forças menstruar. Odeia mais ainda a condição em que o mioma te deixou. Odeia o mioma. Cirurgia.
E ela aconteceu!

Então. Depois de acordar (realmente, porque antes eu não lembro), a língua falava enrolado, sem forças. Já não era mais minha cunhada quem estava na sala e eu não sabia se ela esteve mesmo ou se eu tinha sonhado. Depois fiquei sabendo que não foi sonho.
A noite foi tranquila, dentro da intranquilidade do despertar e voltar a dormir que anestesias provocam, principalmente quando te dão "baba" de Morfeu na veia, como tranquilizante... E só não foi melhor porque eu ainda estava com fome e meu estômago não me deixou esquecer nem um minuto sequer, nas vezes que eu acordava.
Na manhã seguinte, meu médico vem me ver. E começou a falar coisas como se eu já soubesse o que ele estava falando (afinal, eu estava acordada conversando com ele e com minha cunhada na noite anterior, quando sai da sala de cirurgia). Meus olhos passeavam entre o olhar dele e o de meu marido, que estava comigo no quarto. Perdidos. Sem saber do que se tratava...
Quando ele saiu, eu olhei bem inquisidora pra ele. E a surpresa! "- Ele teve que tirar seu ovário esquerdo também...!"
Como assim? O combinado era só o útero. Eu fiz a ultra e ela diagnosticou apenas isso. Meus ovários estavam limpinhos, foi o que a médica da ultra me disse...
Não, não estava. Não o esquerdo. Tinha um tumor enorme, maior que o próprio ovário. Foi retirado junto com meu ovário e encaminhado pra biópsia. (Ainda estou aguardando o resultado da tal.)
O que era pra ser uma cirurgia de 40 a 50 minutos, duraram longas três hora e meia. Mas eu nem percebi. Morfeu cuidou bem de mim enquanto eu andava por suas terras. Só não me trouxe sonhos. Nem bons nem ruins. Não me fizeram falta. Como boa pisciana que sou, já sonho demais, até acordada.

Então, chega a enfermeira pra me retirar daquele suplício: soro e sonda. 
Mas ela também é algoz da pior parte: se levantar...
Tenta isso depois de uma Raqui... depois de ficar pelo menos, doze horas deitada sem poder se movimentar direito... depois você me diz se é mole ou não.
E eu, até então, estava me sentindo. 3 cesáreas. Sou quase profissional nesse assunto de cirurgia, principalmente com raquis e peridurais. Vou tirar de letra.................... 
Bobona eu! Vai mesmo! Vai pensando que é a mesma coisa...
"É, moleque. Rapadura é doce, mas não é mole não."
Foi muito difícil levantar. E mais ainda andar. Depois ir pro chuveiro, tomar banho sobre um par de pernas que ainda não se lembraram que te pertencem, nem o que têm que fazer. Vai se achando... "Tomou na cara", como dizem meus alunos. Vai mesmo sem humildade pra ver quem te derruba: teu orgulho.
Mas, como eu também já disse, eu tenho um Deus que é supremo demais, que é maravilhoso demais e que nunca me desampara, mesmo eu sendo uma filha tão cretina. Eu consegui. Tomei meu banho. Voltei pra cama. A enfermeira fez a assepsia e os curativos. E... meu café da manhã. Meu merecido e tão esperado café da manhã! Pronto! Voltei a ser gente.
E os dois dias que se passaram no hospital correram tranquilamente.
E eu recebi alta no sábado de manhã.
E vim pra casa de carona com meu irmão.

Bom, agora eu vou deixar o resto pra depois... minha saga pra chegar na minha casa... com 16 degraus à minha frente. 
Até lá!

sábado, 6 de outubro de 2012

Diário de Bordo de Minha Histerectomia - Parte II

Bom, eis-me aqui novamente pra continuar relatando minha saga... dolorida, dolorosa e doída.
Aí, você me pergunta: "e não é tudo a mesma coisa?"
"Claro que não", eu te respondo. Tá! Dolorida e doída até são.  Mas ei já disse que exagero é uma característica genética e, se eu não exagerar, vocês podem achar que está doendo só um pouquinho... coisa básica, tipo assim. O que é uma inverdade! Tá doendo mesmo, poxa!
Mas vamos lá, então!
Dia 27/09/2012, 09:00h da manhã. Hora da internação. Mas a cirurgia só aconteceria ainda às 14:00h. E eu em jejum... Quer dizer, o médico me deixou tomar um copo de suco de fruta (laranja ou goiaba) antes de sair de casa. Grande coisa! 
Cara, meu quarto deveria ser do lado da cozinha, só pode; porque o cheiro de comida adentrava pela porta e me batia, por pura diversão. Sabe, eu com fome, eu começo a tremer, literalmente. Não sei o porquê disso, mas é assim que eu sou. Eu deixo de ser gente... Sinistro.
Bom, nem preciso dizer que eu já estava ficando azeda. Tipo, dava 3 da tarde, mas nunca chegava 2... que horror! E eu com muita fome. Já reparou que quando você não pode comer, é quando você mais tem fome? Comigo, pelo menos, funciona desse jeito.
14:00h! Toc-toc! "-Dá licença!"
Exatamente. Era a enfermeira vindo me buscar. A pior parte, por favor!, não riam, foi o elevador. Odeio! Principalmente os de hospital, que te levam ou deitados numa maca ou sentados numa cadeira de rodas. Apesar de ainda estar indo pra sala de cirurgia, já me sentia completamente incapaz. Amordaçada. Sozinha. E olha que a menina era legal. Nem tinha cara de malvada.
Sala de cirurgia. O anestesista se apresentou. Legal! Ainda bem, né? Situações delicadas desse tipo, o cara te manda deitar e nem te convida pra um sorvetinho antes... (Brincadeirinha...) Maurício o nome dele. Prático, foi logo pegando meu braço - o esquerdo! - e olhando minha veia. Não serviu! Minha veia tava inibida. Geralmente, ela é tão saltitante. Naquele dia, ela não estava muito pra coisa de ser invadida por uma agulha (e que agulha! Quem já precisou ficar no soro, sabe do que eu estou falando). 
Pronto! Soro na veia e... "-eu vou aplicar um remédio no seu soro pra te tranquilizar, antes de te anestesiar, ok?" 
Quem sou eu pra dizer que não. 
Então, entra meu médico na sala. dr. Pedro. Todo sorrisos. "-Oi, tudo bem? E aí prepara...da..."..................................................................................................................................


Não me perguntem mais nada. Cara, esses médicos devem fazer um pacto com Morfeu. Eu não vi mais nada. Não sei mais nada. Nada............................... Mas me falaram que eu estava acordada, respondendo e conversando com o médico e com minha cunhada, que estava no quarto, aguardando eu sair do centro cirúrgico. 
Você viu que isso aconteceu? Nem eu! 
É a segunda vez que isso acontece comigo. Tipo, eu estar acordada, conversando e respondendo perguntas a médicos e outras pessoas........................................... mas eu não possuo essa memória, eu não tenho esse registro, essa informação. E isso é muito horrível! Porque foram dois episódios muito importantes em minha vida......................... e apenas o nada me serve de lembrança... Dói! Mas não essa dor física do corte da cirurgia, da retirada do órgão. Também não é uma dor da alma. É uma dor inexplicável. Porque não dói o físico, nem o emocional. Acho que o que dói, é o racional. É isso! O racional dói! Porque não está lá.

Bom, chega por hoje. Toquei em feridas antigas. E novas também. Deixa o resto pra amanhã. Afinal, eu já estou um pouco melhor. Já estou aguentando ficar mais tempo sentada e arrumei uma almofada mais alta que não deixa o calor do computador chegar na barriga, nem na cirurgia. Agora fica mais fácil.  Até lá!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Diário de Bordo de Minha Histerectomia - Parte I

Eis-me aqui, deitada; completamente prostrada na cama. Não, não estou doente; mas é certo que estou convalescendo de uma cirurgia. Delicada, por sinal. E, também, nada corriqueira, apesar de comum. Fiz uma histerectomia. 
Que isso? A Histerectomia é uma operação cirúrgica da área ginecológica que consiste na retirada do útero - órgão do aparelho reprodutor nas fêmeas da maioria dos mamíferos, incluindo os humanos.
Agora, decidi relatar aqui minha experiência, apesar de ainda estar passando por ela. Isso deve ser bom, pois assim as memórias estarão fresquinhas. E posso contar fatos novos, à medida que forem acontecendo... 
Voilà!  
Posso pular os blablablás que me levaram à cirurgia? Não?! Então, serei bem breve (será que eu consigo essa façanha?). Bom, tudo começou há quatro anos e... eu tinha um mioma nojento e horroroso que não me deixava em paz sem o maldito sangramento que atormenta 11 em cada 10 mulheres... ufa! Pronto, falei! 
Até que nem foi tão difícil falar desse caso tão traumático em minha vida (risos... irônicos!). Mas falando sem o exagero que me é hereditário (se vocês conhecessem minha mãe, saberiam perfeitamente do que eu estou falando), eu sofri mesmo longos 4 anos com um sangramento - não! Uma hemorragia! - que não parava. Não tinha pílula, injeção ou qualquer tratamento que fizesse cessar o tal sangramento. Agora, mulheres, se já é chato pra caramba sangra normal de 3 a 5 dias, imagina ter seu fluxo aumentado (tipo hemorragia, sem exageros!), 7 dias na semana, 4 semanas no mês, durante meses, sem interrupções? Tá! até teve um remédio (quase!) milagroso que conseguiu diminuir significativamente esse incômodo. Mas vocês prestaram atenção no que eu falei? D-I-M-I-N-U-I-R. Não parou. Só depois de mais de um ano tomando ele ininterruptamente, é que ele conseguiu fazer com que parasse o sangramento por uns dias.. tipo, uns 5 ou 6, não mais.
O que? Vocês querem que eu diga o nome do remédio? É... Bobinhas! Procurem seus médicos. Me formei professora e não ginecologista. Não posso medicar ninguém. Posso sim,  orientar que procurem seus médicos com a maior urgência e nada de seguir conselhos disso ou daquilo. Pode acabar agravando um problema.
Então, passou-se esses (exatos!) 4 anos, marquei minha cirurgia. Tentei pelo hospital público, mas... sem comentários! Aliás, a saúde no meu município anda tão ruim, que nem os hospitais particulares estão dando conta... Mas graças ao meu bom Deus - e pra mim Ele é maravilhoso! - eu consegui achar um bom.
Internei no dia 27 de setembro... e os médicos me operaram...
Não vou contar os detalhes hoje, pra não ficar muito extenso este post. Deixo pra amanhã, ou depois, porque está difícil usar o netbook. Ele esquenta muito e eu não estou aguentando ficar muito tempo sentada. Também conto isso com calma. Vou usar esse espaço como uma espécie de "diário de bordo" dessa minha viagem...                    

sexta-feira, 30 de março de 2012

Gente, incrível como o tempo voa quando você está produzindo. 
Eu vivia entediada, o tempo não rendia pra nada. 
Eu não tinha tempo pra nada. 
Estava sempre ocupada (comigo mesma). 
Nunca fazia nada.
Que coisa horrível! Xô!
Ainda bem que passou. Acabou.
Hoje eu estou trabalhando. 
Estudando. 
Cursando... e o melhor: estou vivendo!
Gente, onde se escondia meu tempo naquele marasmo que eu vivia?
Devia estar morrendo de dó si próprio (e de mim... de quebra!).
Foi uma tempestade devastadora!
Mas como toda tempestade, essa também passou por minha vida e se foi!
Deixou um rastro enorme de destruição, sofrimento e bagunça pra ser arrumada. 
Mas o melhor, é o dia lindo que vem depois dela. A esperança. 
Apesar do lamaçal, a fertilidade é certa.
E isso é o que está acontecendo na minha vida agora.
Está um lamaçal danado, uma bagunça... tudo fora do lugar.
Mas o sol já começou a brilhar num céu azul tão límpido que as forças pra arrumar brotam...
de dentro da esperança.
Incrível! 
A gente nunca se dá conta da força que tem!
Cada folha arrancada, cada galho quebrado...
Tudo é motivo de superação depois da tempestade.
A sua vida vai ganhando os seus tons na arrumação.
E isso se torna lindo!
Gente, minha vida está voltando a ser minha!
E só minha!
Eu tenho tempo pra viver,
mesmo com toda "essa arrumação" pra fazer.
A meteorologia ainda promete algumas pancadas de chuva...
Mas ela está vindo pra irrigar o solo.
Este solo do meu coração que estava tão amargo e rancoroso.
Agora, tem tempo até pra amar.
E eu quero muito isso.
Preciso!
...
Mas agora com tempo tornando a aparecer...
Quero voltar a amar o belo, 
o contente. 
Quero ser livre para amar o livre!
Quero amar pra reaprender amar.
E amar é bom demais!
É! Creio que estou amando.
Novamente.
Logo, reaprenderei as delícias de amar.
O gosto bom do amor.
Do se sentir bem ao lado do amor.
Do sentir saudades longe dele (o amor).
Mas, agora que não me falta tempo,
que me venha o tempo de amar!
.
.
.
Eu amo esse tempo!




sexta-feira, 1 de julho de 2011

O UIVO DO VENTO

A noite hoje está... normal!
Eu é que não...
Acho que queria ouvir outra vez
o uivo do vento,
como ouvi no domingo.
Deu-me calafrios, é verdade...
Mas foi tão lindo!
Há tempos não ouvia
o vento cantar...
Remeteu-me à adolescência,
interior de São Paulo,
quando, às vezes,
eu seguia triste pelas ruas,
voltando da escola...
O vento frio cortava a face,
endurecia os dedos
e uivava em meus ouvidos...
baixinho!
Parecia cantar!
Parecia se declarar...
pra noite gelada.
Era gostoso caminhar
sendo testemunha
daquela paixão...
Era confortável ser expectadora
e não fazer parte da história...
Meus pensamentos se perdiam...
Era bom poder esquecer
os problemas que vinham,
dia após dia,
me acariciar.
Mas era melhor ainda
a companhia do vento,
a brincar com meus cabelos.
É, esse tempo se passou!
Mas foi tão bom.
Foi lá que aprendi
a ser "poeta";
não foi quando...
mas foi exatamente lá!
E quão bom é a poesia!!!
...
Porém, esse tempo passou...
Acho que se foi com o vento
que, um dia, por mim soprou.
Mas me deixou de herança
a arte de sonhar nos versos.
Então, no domingo,
quando o mesmo vento voltou,
senti a esperança sorrindo,
vendo a inspiração me abraçar,
parecendo, de fato, saudosa...
"Vento, vento...
que testemunhou meus lamentos,
que tanto me viu chorar,
demorou mas trouxe de volta
minha arte de expressar pelos dedos,
tudo aquilo que eu quero
somente poder falar...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Outono

Às vezes, sinto um imenso vazio... um “não sei que de sei que lá”...
Eu sei... É estranho!!!
Mas quem disse que eu sou diferente disso...
Já tentei ser mais normal...
Mas acabei parecendo mais estranha...
Ridícula, até!!!
Sou assim!!!
E, se não começar, eu mesma, a me acostumar com isso e me aceitar assim, quem vai fazer?
Conheço tanta gente “sequelada”...
Tenho amigos e amigas que... deixa pra lá!!!
Gosto de todos exatamente como são!!!
Alguns legais, outros nem tanto...
Vários muito inteligentes!!!
E outros... de todo o jeito.
Então, me pergunto:
Por que mudar?
Por que “eu” mudar?
Assim me conheceram...
Não foi assim que aprenderam me amar?!
Então, se eu mudar, vão deixar de gostar de mim?
Sim, porque deixarei de ser eu!!!
Pelo menos, tal como me conheceram...
Mas eu não quero mudar!!!
Assumi!
Minha própria existência.
Pode até ser meio estranha;
Pode não ser tão animada quanto a de tantos...
Mas, ainda assim, serei assim!!!
Na vida, aprendi que quando muito nos abaixamos, acabamos por mostrar os “fundilhos”...
Desculpem o palavreado tosco,
Mas não tem outro termo que melhor exemplifique.
A vida é nossa!!!
Cabe a nós somente cuidar dela e decidir o que fazer.
Palpite?
Só se for pra apostar em algum jogo...
Que não um de “azar”!
Aprendi, também,
“Que não se joga pedra em árvore que não dá fruto”.
Que mais querem que eu diga?
Com tantas pedras em minha direção...
Estou em pleno “Outono” de minha existência!!!
E isso incomoda... é certo!
Por isso, tantas críticas (pedras) em minha direção...
Estão tentando...
Quase conseguiram...
Roubar-me de mim!
(Aliás, excelente livro! Indico a leitura:
Quem me roubou de mim? Pe Fábio de Melo)
É incrível o poder destrutivo de uma crítica...
É capaz de te esvaziar...
...

Mas...
Quando conseguimos respirar fundo,
em vez de contra atacar...
Crescemos tanto
Que chego a me perguntar:
Como cabia ali, dentro de mim?
A sensação de “sei lá o que”
Desaparece!!!
E, até a natureza que chorava por mim...
Limpa “seus olhos marejados”,
E sorri...
Aquecendo-me o coração...